Golpe de Estado no Gabão: Comandante da Guarda Presidencial Assuma o Controle em Libreville – Apelo de Ali Bongo para uma Reação Popular.

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Nova Liderança Emergente no Gabão Após Golpe: General Brice Oligui Nguema Rumo à Presidência – Golpe Antecipado em Meio a Tentativa Falhada em 2019

Apesar das declarações atribuídas a Oligui Nguema pelo jornal francês Le Monde, nas quais ele teria indicado que a decisão sobre o novo líder do Gabão seria tomada posteriormente por oficiais generais alinhados com a queda de Ali Bongo, vários meios de comunicação já consideram certo que ele assumiu a presidência de transição.

Entretanto, o ex-presidente deposto, que havia sido reeleito para um terceiro mandato nas eleições de 26 de agosto, uma decisão que foi contestada devido à sua manipulação da Constituição que originalmente limitava o cargo a dois mandatos, instou o povo a se levantar contra o golpe militar em uma comunicação divulgada em Libreville. Ali Bongo Ondimba, de 64 anos, que esteve no poder por 14 anos, é o último de uma linhagem de governantes do Gabão que começou em 1967 com seu pai, Omar Bongo. Ele estava se preparando para passar o poder para seu filho mais velho, Noureddin Bongo Valentin, que foi detido e agora enfrenta acusações de traição e corrupção sob o novo regime.

O golpe atual, embora ainda não confirmado em termos de sucesso, está sujeito a mudanças nos próximos dias. Não se pode descartar totalmente a possibilidade de uma resposta das facções leais a Bongo nas Forças Armadas. Este golpe não é totalmente inesperado, como evidenciado por tentativas anteriores, sendo a mais notável delas a de janeiro de 2019, que foi abortada no último momento.

A tentativa de golpe militar em Libreville em janeiro de 2019 foi frustrada principalmente devido à falta de apoio das principais chefias das Forças Armadas do Gabão. Um jovem tenente chamado Kelly Obiang, que era um dos comandantes da Guarda Republicana, liderou a tentativa e apresentou um comunicado explicando os motivos por trás de suas ações. Poucas horas após o golpe, quando o presidente Ali Bongo estava no Marrocos para tratamento médico, um porta-voz do governo, Guy-Bertrand Mapangou, anunciou aos jornalistas que o golpe havia fracassado. Ele afirmou que o governo estava operando normalmente e que as instituições do país estavam funcionando como de costume naquele momento.

A tentativa de golpe em 2019 não teve sucesso devido à falta de apoio das chefias superiores das Forças Armadas, que não endossaram o plano dos militares de patentes inferiores. Eles se opuseram ao que consideravam ser a má administração do presidente Bongo. No entanto, a situação atual é diferente, já que este golpe foi liderado por generais, incluindo o novo líder do país, o ex-comandante da guarda presidencial, general Brice Oligui Nguema.

O Movimento Patriótico das Forças de Defesa e Segurança do Gabão, autodenominado, liderado pelo tenente Kelly Obiang durante a tentativa de golpe em 2019, alegou que suas ações eram motivadas pela falta de capacidade de Ali Bongo para governar o país, devido a problemas de saúde física e mental. O presidente gabonês havia sido transferido para o exterior após sofrer um ataque cardíaco em outubro de 2018.

Vale ressaltar que a tentativa de golpe de 2019 não teve êxito devido à falta de apoio das chefias superiores do Exército e à presença de um contingente militar dos Estados Unidos, que foi enviado para o Gabão naquela época, supostamente devido à sua localização estratégica em relação ao tenso processo eleitoral na República Democrática do Congo (RDC).

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