Palancas fazem história ao vencerem Burkina Faso

Desporto

O oportunismo dos avançados Mabululu e Zine, aos 36’ e 90+2 minutos, resultaram em dois golos para uma vitória e pontuação histórica. Pela primeira vez, os Palancas Negras conseguem dois triunfos numa edição do CAN. O êxito sobre o Burkina Faso confirmou a liderança do grupo D, com a inédita pontuação de sete pontos.

O lume brando em que o jogo cozeu do princípio ao fim era compreensível, porque as duas equipas já tinham garantido a qualificação com antecedência. Ainda assim, os Palancas Negras recorreram ao efeito burlesco para fazer crer aos Garanhões que valorizavam mais estar nos “oitavos” do que vencer o grupo D, da primeira fase do CAN-2023.

Até certo ponto, a isca usada pelos Palancas Negras atraiu os Garanhões para o anzol de eficácia que a Equipa Nacional preparou para sair do relvado com os três pontos. Sem pressa de ir ao pote, Angola adoptou uma paciente espera, desprezou a posse de bola na maior parte do tempo, mas quando chegou a hora da verdade a supremacia angolana sobressaiu com naturalidade.

Sem visão periférica, o médio Ouedraogo não se apercebeu que tinha Mabululu atrás de si. O avançado angolano aproveitou a abordagem negligente do adversário e a potente cabeçada foi suficiente para atordoar os Garanhões com o 1-0 aos 36’.

No campo teórico o Burkina Faso parecia ser dominador, mas, na prática, era Angola quem estava em vantagem, motivo por que os Garanhões ficaram sem ideias. Não sabiam como fazer para correr atrás do prejuízo. Realmente, ficaram sempre nas intenções. Nunca conseguiram cheirar o empate, por culpa da defesa angolana, que esteve certa e impecável. Nunca permitiu que o adversário tivesse espaço para jogar dentro da sua área.

A Selecção Nacional deixou cair migalhas de desconcentração no reinício da segunda parte. Na maioria dos casos, os atletas desistiram do lance à espera do apito do árbitro e quase pagaram caro, ainda mais porque num destes lances foi a coragem de Neblu em abandonar os postes que segurou o empate.

Esse lapso defensivo acordou as faculdades competitivas dos Palancas Negras. Lembraram-se que quem avisa, amigo é. Assim mostraram competência, ao recuperar bem o controlo do jogo. A bem da verdade, foi o pragmatismo atacante que começou a deixar os Garanhões sem liberdade de escolha, pois Angola ameaçava ampliar sem dar muitos toques na bola.

Quando o Burkina Faso tentou gastar-se todo para o empate, o avançado Mabululu engatilhou do meio da rua e descobriu uma fraqueza no guarda-redes Hervé Koffi, que chamou a atenção de Jérémie Bela, a aquecer para render Gelson Dala.

Longos minutos depois de ver o ponto fraco de Hervé Koffi, Jérémie Bela decidiu repetir a dose usada por Mabululu e mais uma vez o guarda-redes viu-se em apuros. Não defendeu de primeira, os colegas também não reagiram porque confiaram no auxílio do VAR que não interveio no lance, pois Zine estava muito bem legal quando fez o sprint para a recarga do 2-0 aos 90+2. Ainda faltavam seis minutos para o fim, mas os chifres aguçados dos Palancas Negras forçaram os Garanhões a render-se às evidências.

Noutra partida da mesma série, a Mauritânia venceu a Argélia por 1-0 e também conseguiu o passe para os oitavos-de-final. Vai jogar com Cabo Verde na próxima segunda-feira.

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